Foto: Leopoldo Conrado Nunes
Esta quarta-feira (28), foi o último dia do 3º Congresso Internacional de Judaísmo e Interculturalidade: História e Transculturalidade. Com lançamento literário e momentos de diálogo, o dia fechou a edição recifense do Ciji já instigando o próximo encontro.
O primeiro momento do dia foi dedicado ao município Timbaúba dos Batistas, no Rio Grande do Norte. Na mesa, Arysson Soares explicou as principais características da região, desde sua cultura bordadeira entre as mulheres até os alimentos e pratos típicos da região. Entre o que foi apresentado, o destaque foi de como a cultura judaica, mesmo aparentemente tão dissonante com o município, atuou e atua como influenciadora das mais diversas áreas. Isso porque, como bem apresentado durante os três dias de palestras, alguns judeus e cristãos-novos migraram para Pernambuco e regiões próximas, no nordeste brasileiro.
Depois, foi a vez da historiadora e pesquisadora Daniela Levy subir ao palco. O tema de sua palestra conversou com falas diversas do dia anterior, desta vez porém, trazendo a Holanda. Seu tema geral foi “La cofradía de los judíos de Holanda: A resistência cristã-nova à Inquisição ibérica”.
Sem intervalos, Daniela também mostrou o seu livro intitulado Do Recife para Manhattan: os judeus na formação de Nova York, agradecendo em especial à Mario Helio, que viabilizou a edição da obra em um curto período de tempo. Publicado pela Cepe, o livro é uma reedição do seu trabalho e conta com minúcias a jornada dos judeus que saíram de Recife e como eles se espalharam pelo mundo, chegando a fundar a cidade que hoje chama-se Nova York e consiste em um dos mais importantes polos comerciais do planeta.
Levy estava disponível para autografar os exemplares adquiridos ali, assim como dialogar com os espectadores da sua palestra. Juntos a si, demais escritores e palestrantes do congresso tiveram a oportunidade de expor seus livros com temas relacionados ao judaísmo, a exemplo de Jacques Ribemboim e Caesar Malta Sobreira.
Por fim, a mesa de encerramento do III Ciji aconteceu. Mario Helio Gomes refletiu sobre a importância de eventos como este, que trazem pesquisadores para apresentares pesquisas diversas e de relevância histórica, cultural e acadêmica. Ao seu lado, Ángel Baldomero mostrou o poder das conexões entre estados e países, enquanto Daniel Valério atestou que buscam fazer a diferença e, que principalmente em tempos de guerras, o diálogo é decisivo.
A última a falar foi a professora Ana Paula, que além de agradecer a presença e colaboração de todos os palestrantes e ouvintes, contou que o III Ciji já deu frutos: diversos estados do Brasil e uma cidade de Portugal já demonstraram interesse em serem sede da próxima edição do congresso.