O livro De Recife para Manhattan: os judeus na formação de Nova York, narra a epopeia de 23 judeus que, em 1654, deixaram a capital pernambucana em busca de novas oportunidades.
Após 24 anos de domínio holandês, no qual os judeus experienciaram um período de grande prosperidade econômica, cultural e religiosa, Portugal recuperou a colônia da região de Pernambuco, expulsando os holandeses e judeus que lá haviam se estabelecido. A bordo do navio Valk, os judeus sonhavam em voltar para a terra que os havia acolhido após a expulsão da Espanha e a conversão forçada em Portugal. Uma tempestade desviou-os do caminho e o navio acabou sendo saqueado por piratas espanhóis.
O grupo foi socorrido por uma fragata francesa que lutou contra os piratas e resgatou a tripulação. Como tinham outro rumo, os franceses deixaram o grupo na Jamaica, então colônia espanhola. Depois de ficarem presos por algum tempo, os judeus foram libertados graças à intervenção do governo holandês. Por motivos financeiros, acabaram seguindo para um destino mais próximo do que a Europa: a colônia holandesa de Nova Amsterdã.
Assim começa a participação dos judeus que saíram do Brasil e acabaram ajudando na formação de Manhattan. O grupo foi o primeiro a formar uma comunidade judaica na América do Norte. Passados os primeiros anos de adaptação, eles colaboraram com o desenvolvimento, então incipiente, do comércio, com a organização inicial do mercado financeiro, a construção de modernos hospitais, a luta pela emancipação política, a formação de renomadas universidades e centros culturais. Esta história – pouco conhecida – é narrada em detalhes neste livro, que contém também mapas e imagens que ilustram essa aventura.
Esse trabalho é resultado de mais de 10 anos de pesquisa da historiadora em arquivos dos EUA, Israel e Brasil.